Análise de Falhas em Ambientes Serverless durante Postmortems
Em um mundo onde a computação serverless está se tornando cada vez mais prevalente, é essencial que equipes de SRE (Site Reliability Engineering) entendam como analisar falhas que ocorrem nesse tipo de ambiente. Neste guia, abordaremos as melhores práticas para conduzir postmortems eficazes, garantindo que as lições aprendidas sejam aplicadas para evitar a repetição de erros.
O que é um Postmortem?
Um postmortem é uma análise detalhada de um incidente que ocorreu em um sistema. O objetivo é entender não apenas o que aconteceu, mas também por que aconteceu e como podemos evitar recorrências no futuro. Em ambientes serverless, onde a complexidade pode aumentar devido à abstração de recursos, essa análise se torna ainda mais crítica.
Importância dos Postmortems em Ambientes Serverless
Em ambientes serverless, as falhas podem ocorrer devido a diversos fatores, como:
- Configurações incorretas: Um simples erro de configuração pode causar um downtime significativo.
- Dependências externas: A interação com serviços de terceiros pode ser um ponto de falha.
- Limitações de recursos: O entendimento das limitações de cada função serverless é crucial.
Estrutura de um Postmortem Eficaz
Um postmortem deve seguir uma estrutura clara para garantir que todas as informações relevantes sejam cobertas. Aqui está um modelo sugerido:
-
Resumo do Incidente
- Descrição breve do que ocorreu.
- Impacto no usuário e no negócio.
-
Linha do Tempo do Incidente
- Detalhamento das etapas desde a detecção até a resolução.
-
Análise de Causas Raiz
- Identificação das causas que levaram ao incidente.
-
Ações Corretivas
- O que foi feito para resolver o problema.
-
Recomendações para o Futuro
- Sugestões para evitar que o problema ocorra novamente.
Exemplo de Postmortem
Resumo do Incidente
No dia 15 de julho, uma função serverless responsável pelo processamento de pagamentos falhou, resultando na interrupção dos serviços durante 2 horas. A falha afetou aproximadamente 30% das transações durante esse período.
Linha do Tempo do Incidente
- 10:15: Alerta de falha recebido.
- 10:30: Equipe de SRE inicia investigação.
- 11:00: Causa raiz identificada como falha em uma API externa.
- 12:15: Problema resolvido.
Análise de Causas Raiz
A falha foi causada por uma alteração na API de um serviço de terceiros, que não foi comunicada adequadamente. Isso levou a um erro de autenticação nas funções serverless, resultando na falha.
Ações Corretivas
- Revertido para a versão anterior da função serverless enquanto a equipe de desenvolvimento trabalha na adaptação à nova API.
- Implementação de um monitoramento mais rigoroso para alterações em APIs externas.
Recomendações para o Futuro
- Estabelecer um processo de comunicação com fornecedores de API.
- Criar testes automatizados para verificar a funcionalidade após alterações em dependências externas.
Conclusão
Realizar postmortems em ambientes serverless é uma prática essencial para garantir a confiabilidade do sistema. Ao seguir uma estrutura clara e focar na análise de causas raiz, as equipes podem aprender com os erros e melhorar continuamente suas operações.
Implementar essas práticas não apenas ajuda a resolver problemas, mas também fortalece a cultura de confiabilidade dentro da equipe. Lembre-se, cada falha é uma oportunidade de aprendizado. Portanto, ao conduzir postmortems, busque sempre extrair o máximo de conhecimento possível para evitar que os mesmos erros se repitam no futuro.
Contribuições de Rafael Guimarães